Resenha: O filho rebelde Wayward Son - Vale a pena ler?
Vocês já se perguntaram o que acontece depois do “felizes para sempre”? Rainbow Rowell fez exatamente essa pergunta em “O filho rebelde: Wayward Son”, o segundo volume da trilogia Simon Snow, e a resposta é mais complexa do que imaginávamos!
Confesso que estava ansiosa para saber como Simon lidaria com a vida após derrotar o grande vilão. Afinal, ele salvou o mundo mágico, mas perdeu toda sua magia no processo. E agora? Como se reconstrói quando sua identidade estava completamente ligada aos seus poderes?
A genialidade de Rainbow Rowell está em mostrar que a vitória nem sempre traz paz. Simon Snow não está bem. Ele passa os dias no sofá, tomando sidra, perdido em uma depressão profunda. Perdeu a magia, ganhou asas de dragão e um rabo (ainda não entendi o porquê do rabo, mas enfim!), e agora precisa descobrir quem é quando não é mais “o Escolhido”.
É devastador e real ao mesmo tempo. Quantas vezes não vemos histórias que terminam com a grande batalha, deixando-nos imaginando como os personagens lidam com as consequências? Aqui, Rainbow nos mostra exatamente isso – e dói de uma forma boa.
Penny, nossa querida amiga pragmática, decide que a solução é uma viagem aos Estados Unidos. O plano parecia simples: visitar o namorado Micah e depois encontrar Agatha, que se mudou para longe de toda a magia. Mas nada – absolutamente nada – sai como planejado!
A América que eles descobrem é completamente diferente da Inglaterra mágica que conhecemos. Aqui, os feiticeiros vivem isolados, vampiros transitam livremente, e há criaturas mágicas que nem sabíamos que existiam. É como se fosse um faroeste mágico, cheio de perigos e descobertas.
O que mais me impressiona em “O filho rebelde” é como cada personagem cresce de forma orgânica. Baz precisa lidar com seus sentimentos por Simon enquanto explora mais sobre sua natureza vampírica. Penny enfrenta a realidade de que nem sempre podemos controlar tudo (algo difícil para nossa perfeccionista favorita). E Agatha? Ela descobre que não dá para fugir de quem realmente somos.
E então chegamos ao Shepard! Esse normal curioso e comunicativo que se junta ao grupo trouxe uma energia completamente nova para a história. Mesmo que Penny não concordasse inicialmente (risos), ele se tornou parte essencial da dinâmica do grupo.
Rainbow Rowell não tem medo de mostrar que a vida é bagunçada. Que relacionamentos são complicados. Que às vezes a pessoa que amamos está passando por momentos tão difíceis que mal consegue se comunicar conosco. A falta de comunicação entre Simon e Baz é frustrante, mas também é profundamente real – é assim que a depressão funciona.
O livro faz uma pergunta fundamental: “O que sobra quando se perde toda a sua essência?”. Como recomeçar quando tudo em que você acreditava era uma mentira? É uma reflexão poderosa sobre identidade, perda e reconstrução.
Sem spoilers, mas posso dizer que Rainbow nos deixou com um cliffhanger que me fez querer ler o terceiro livro imediatamente! A autora conseguiu equilibrar perfeitamente desenvolvimento de personagem com aventura, criando uma narrativa que flui naturalmente pelas 344 páginas.
É impressionante como ela mantém a essência dos personagens que conhecemos em “Sempre em Frente” enquanto os faz evoluir de maneiras inesperadas. Cada capítulo trouxe novas camadas para seus conflitos internos e externos.
Vale a pena essa viagem?
Absolutamente sim! “O filho rebelde” é mais do que uma sequência – é uma exploração corajosa sobre o que acontece quando o herói precisa aprender a ser apenas humano. É sobre amizade, amor, perda e a coragem de seguir em frente mesmo quando não sabemos para onde estamos indo.
Se você já acompanha a trilogia Simon Snow, esse livro é obrigatório. E se ainda não conhece esse universo… bem, talvez seja hora de descobrir por que tantos leitores se apaixonaram por esses personagens imperfeitos e maravilhosos!